O novo núncio apostólico Michael W. Banach, nomeado recentemente pelo papa Francisco para a a conferencia sub regional de Senegal, Mauritânia, Cabo Verde e Guiné-Bissau, veio fazer uma visita-relâmpago à nossa diocese (nos dias 27 e 28 de outubro). Estava acompanhado pelo seu secretário, p. Sebastião, e o objetivo principal da visita era entregar as cartas credenciais ao presidente da república Mário Vaz.
O novo núncio é de nacionalidade americana e já foi núncio nas ilhas Salomão e na Pápua Nova-Guiné.
A nossa diocese de Bissau abriu este espaço de dialogo e partilha com todos os que estão interessados em conhecer a nossa história, projetos e sonhos.
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
O sinodo aproxima-se
Só faltam quatro meses à abertura da 1. sessão do sínodo diocesano. Como estamos com a preparação? Há quem esteja muito preocupado com a falta de debate e de circulação de informações, outros estão simplesmente esperando os documentos prometidos: Instrumentum laboris e Regulamento do sínodo. A comissão preparatória esta' a trabalhar com empenho para que tudo esteja pronto dentro do prazo estabelecido.
A radio Sol Mansi, por seu lado, concedeu um espaço mais abundante ao seu programa "Sínodo diocesano", que agora passa a sair todos os sábados, de 16h00 a 17h00. Vai ser um programa em direto com possibilidade de intervenção dos ouvintes. Esta' prevista a intervenção de hospedes.
Mas o mais importante é a preparação espiritual, através da oração individual e comunitária, da celebração da s. Missa "para o Sínodo" uma vez por mês (ver o formulário no Missal Romano) e outras iniciativas. O importante é de não perder esta oportunidade, este kairos dado à nossa Igreja para o seu renascimento espiritual.
A radio Sol Mansi, por seu lado, concedeu um espaço mais abundante ao seu programa "Sínodo diocesano", que agora passa a sair todos os sábados, de 16h00 a 17h00. Vai ser um programa em direto com possibilidade de intervenção dos ouvintes. Esta' prevista a intervenção de hospedes.
Mas o mais importante é a preparação espiritual, através da oração individual e comunitária, da celebração da s. Missa "para o Sínodo" uma vez por mês (ver o formulário no Missal Romano) e outras iniciativas. O importante é de não perder esta oportunidade, este kairos dado à nossa Igreja para o seu renascimento espiritual.
D. José Lampra Ca', em Mansoa ontem, explica como vai a preparação para o sínodo |
Carlos Ampajigar
A caminho do Sínodo
Perfis de cristãos exemplares
padre Zé Fumagalli
O Ampajigar era
um tipo resoluto, destemido, dos que "se lançam". Foi soldado e
brilhou pela sua coragem. Quando decidiu casar, topou no primeiro imprevisto: a
sua noiva, ela também de Ehlalab, era cristã, batizada no Gâmbia. Foi como que
o anzol com que Jesus o "pescou". Veio falar comigo, começamos a
catequese em preparação ao casamento e... se apaixonou por Cristo. Logo quis
empreender também a caminhada catecumenal. Não perdia uma palavra. Perguntava
por tudo.
Tornou-se um dos
membros mais ativos da nascente comunidade de Ehlalab, frequentou os encontros
periódicos para formação de animadores e ajudantes catequistas e ofereceu-se
para ir ajudar a caminhada do grupo de Jihunk, tabanca tradicionalmente inimiga. Todas
as semanas "queimava" meio dia de trabalho para ir dar catequese,
informando-me sempre de como procedia. Também compreendia que não custa pouco
esforço o tentar estar presente em todas as comunidades estando continuamente
sob a pressão dos que não queriam que o caminho cristão deitasse raízes nelas.
Ele expunha-se em primeira pessoa, mesmo como o Demba a Suzana: quando havia
alguma "trovoada" a pairar em cima dos cristãos, que aliás ainda eram
catecúmenos, lá na frente, na primeira linha sempre estava ele.
A primeira filha
que tiveram, a Titina, faleceu em Novembro de 85 com três anos de idade. Tive
medo por ele e sua esposa, atendendo também aos comentários "ferozes"
dos que estavam "contra". Não se mexeu de um centímetro, apesar do
grande sofrimento! Infelizmente... o vinho o derrotou. Bebeu até se embriagar.
Foi uma ves, mas não foi só uma. Outras seguiram, até que uma noite, bêbado,
bateu na mulher: tiveram que intervir os amigos para o calmarem, e custou:
apanhou uma sova a valer! Foi um autêntico escândalo e ele sentiu-se muito
humilhado. De acordo cm a comunidade, ficou suspenso do serviço de
"catequista" de Jihunk e outro tomou seu lugar. Sofria muito.
Implorava que o ajudássemos a parar de beber. Irmã Maria, enfermeira, disse-lhe
que havia uns comprimidos que podiam ajudar, mas era preciso o acompanhamento
por parte de um médico porque podia haver perigo... Nunca mais me deixou estar
tranquilo, pedia-me continuamente os tais comprimidos.
Um belo dia
falei-lhe claro: o melhor comprimido existia e estava a seu alcance, na sua
cabeça, no seu coração. Que considerasse a sua família e a responsabilidade que
tinha para com ela, que olhasse para Cristo Jesus que o chamara para ser
cristão e catequista e lhe dera qualidades suficientes para poder ajudar também
outros, que esperavam por ele; e que rezasse, que Jesus só esperava por aquilo
para o ajudar; eu também continuaria a apoiá-lo com a minha oração, juntamente
com a sua mulher que já rezava por ele... Acordou. Decidiu. Nunca mais provou
vinho, nem um pingo. Non mo disse logo, queria ter a certeza de ter conseguido.
Quem me informou foi a mulher. Seguíamos trepidantes o evoluir da situação.
Manteve-se firme na decisão tomada.
Depois de uns
meses, juntamente com a comunidade, decidimos que podia retomar o serviço como
"catequista" de Jihunk. Naquele dia a bicicleta com que arrancou
parecia ter motor!... No regresso, em companhia dum amigo, um pneu da bicicleta
teve um furo. O amigo tinha bomba e remendo e o ajudou, mas a cola não era preciso:
era só descascar um ramo da planta do "fole" e lá tinha a cola de que
precisava. Quando estava perto da árvore, pisou uns espinhos que o feriram no
pé. Não fez caso, os extraiu rapidamente, consertou a bicicleta e prosseguiu a
viagem de regresso. Uma vez chegado a Suzana, queria prosseguir para Ehlalab,
mas a cabeça lhe doía demais. Um amigo o aconselhou a ficar e até o levou ao
enfermeiro. O diagnóstico foi terrível: no meio das feridas dos espinhos havia
o sinal inconfundível duma picada de cobra: Demasiado tempo passara para que
qualquer remédio ainda conseguisse parara a avançada do veneno no organismo. E
faleceu.
Eu estava em
Bissau por causa dum trabalho que o Bispo me confiara. Logo que fui informado
regressei a Suzana, mas cheguei só depois do enterro: havia gente de todas as
comunidades. Fui a Ehlalab, rezar a Missa, falei com a mulher, vi as crianças:
quatro mais uma a chegar. Foi uma pancada a valer, para eles como para nós
todos. Enquanto là estava surpreendi-me mais de uma vez a procurar também a sua
cara no meio das outras, como acontecia nas nossas reuniões quando esperava uma
resposta. Com a comunidade de Ehlalab estamos perto da família e lhe damos
apoio. No entanto rezamos pedindo a Deus que faça surgir outros
"operários" para esta igreja e que .... os deixe trabalhar por mais
tempo, visto que trabalho não falta. Será que não é bem rezar desta forma?
Suzana, 2.12.1995