domingo, 6 de novembro de 2016

As irmãs franciscanas da Imaculada Conceição abandonam a missão de Nhoma



As irmãs franciscanas da Imaculada Conceção, mais conhecidas como as irmãs “mexicanas”, depois de apenas dois anos de presença na missão de Nhoma, abandonaram na última 5ª-feira a missão por causa de ameaças de morte. Não se sabe quem está por detrás destas ameaças, mas tudo leva a pensar que são membros da comunidade cristã e que vivem muito perto da missão. Mas porque isso? Qual foi o crime das irmãs? É muito difícil dizer, porque não se conhecem os autores dos atos de vandalismo e das ameaças de que as irmãs foram objeto nesta ultima semana.
Mas vamos resumir os fatos. Sábado à noite, alguém lançou duas pedras contra uma janela do refeitório enquanto as irmãs estavam a comer; no domingo, houve roubo de cimento, de andaime, de gasolina num anexo da sua casa; na 2ª-feira, uma pessoa vandalizou o seu carro (novo) quebrando dois vidros, o retrovisor e furando um pneu. Este ultimo ato foi feito com muita rapidez pois o carro estava estacionado dentro da missão, não longe da igreja onde a gente estava a rezar (eram as 19h50).

A equipa missionaria reuniu-se imediatamente para analisar a situação. D. José estava presente. No fim da reunião uma menina da casa de formação trouxe um bilhete (que estava pendurado no portão de entrada do posto sanitário) com a escrita “Alerta: Irmãs, tomem muito cuidado porque senão é a morte”. E o bilhete continuava dizendo que as irmãs tinham um mês ou quatro semanas para deixar a missão, “senão o que vier acontecer a responsabilidade é vossa”.
Mas porque tanta hostilidade contra as irmãs? Provavelmente porque estavam a pôr ordem no dinheiro das adoções (onde tinham descoberto algumas irregularidades, senão autênticos abusos). Alguns até perderam esta ajuda económica, porque os seus filhos foram descobertos a roubar dentro da missão.


O que aconteceu em Nhoma deveria nos fazer refletir a todos nós missionários sobre a maneira como ajudamos as pessoas. Vale a pena continuar a ajudar desta forma (adoções, subsídios vários, etc.)? Estamos a educar a gente ou, pelo contrário, a favorecer o parasitismo e o infantilismo?




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