presentes todos os delegados (cerca de 120 pessoas entre párocos, irmãs e fiéis leigos) juntamente com uma pequena delegação da diocese de Bafatá. Espera-se terminar na quinta-feira, dia 11, com a declaração final e a s. Missa de encerramento.
Eis em resumo os oito temas em agenda.
1. Estruturas
pastorais
A Igreja, como qualquer sociedade humana, precisa de uma organização
interna, que garanta a sua continuidade no tempo e a sua fidelidade à
inspiração original.
A nossa diocese, durante estes 40 anos, dotou-se de uma vasta rede de
estruturas ao serviço da ação pastoral e evangelizadora. Algumas destas
estruturas são mesmo exigidas pela lei canónica da Igreja, outras foram
surgindo com o tempo segundo as necessidades. São estas estruturas ainda
válidas e necessárias, ou são velhas e anacrónicas, constituindo um fardo
pesado para a diocese? Quais estruturas devem ser mudadas? Quais deveriam ser
renovadas e atualizadas?
2. Fé e razão
Para muitos cristãos fé e razão estão em oposição, devendo a razão sempre ceder
diante da fé. Mas é mesmo assim? O
desígnio do Criador foi de dotar o género humano de inteligência para
que explorasse os mistérios da natureza e do mundo do espírito. No entanto, devemos evitar de cair no duplo
erro do fideismo (=a fé como solução última de todos os problemas) e do racionalismo
(=a razão humana è o principal critério de conhecimento de tudo o que existe).
O grande teólogo S. Agostinho costumava dizer: “Eu creio para compreender e
compreendo para crer melhor”.
Será que nós valorizamos o diálogo entre fé e razão? Somos conscientes da
complementariedade entre as duas?
3. O cristão e
a política
A política é a arte de governar a polis (=cidade/estado). Ela se
ocupa do destino comum dos povos. E’ um
campo de atividade especialmente reservado aos leigos, que se deixam
guiar nisso pela Doutrina Social da Igreja.
Nesta ótica a Igreja não cessa de exigir de cada cristão, em quanto
cidadão, um engajamento sério na política, como lembra o Catecismo da Igreja
Católica: “Os cidadãos devem, tanto quanto possível, tomar parte ativa na
vida pública.” (n. 1915)
Isso porque a Igreja considera fundamental a promoção do bem comum e a
defesa dos valores cristãos.
Mas quanto são os cristãos que se implicam corajosamente na administração da polis? Os
funcionários públicos como exercem a sua função? Com empenho e
profissionalidade ou como uma ocasião para se enriquecer?
4. A pastoral
vocacional
O Senhor Jesus continua passando nas nossas ruas e cidades chamando pessoas
a segui-lo mais de perto na vida religiosa e no sacerdócio. Esta pastoral procura facilitar o encontro
entre Jesus e o candidato através dum processo de discernimento e um
acompanhamento personalizado. Esta pastoral está estruturada em etapas, sendo a
paróquia o “berço natural” de todas as
vocações e a sua etapa inicial.
As nossas famílias e comunidades são
sensíveis aos sinais de vocação
mostrados pelos candidatos? Estão
prontas a colaborar com eles?
5. A pastoral
universitária
Esta pastoral visa acompanhar os estudantes universitários nos seus
estudos, para que possam ter momentos de encontro e de reflexão sobre a fé e a
cultura, a fé e a ciência, a fé e o mundo globalizado. Noutras palavras, a fé
deveria iluminar e dar sentido ao estudo, entendido não tanto como mero
conhecimento, mas como uma preparação para uma missão: a de purificar e elevar
as culturas, as ciências e, em definitiva, todas as realidades temporais a
partir dos valores evangélicos.
Os nossos jovens universitários se preocupam com a sua fé? Tomam o tempo de
aprofunda-la? Sabem encontrar tempo para
ajudar nas paróquias?
6. A pastoral
juvenil
Com esta pastoral a Igreja pretende acompanhar os adolescentes e jovens na
sua caminhada vocacional e na inserção na Igreja. Eles normalmente são membros
de algum grupo ou movimento eclesial (ver mais para frente grupos e
movimentos na paróquia), recebendo
assim uma formação personalizada.
Um grupo muito sensível é o dos JO-PAIS, quer dizer, os jovens que tiveram
um filho fora do casamento e ainda não estão prontos para se casar. Este grupo
exige um acompanhamento e uma atenção especiais que nem todas as paróquias
conseguem dar. Como fazer para não
perder estes jovens que “falharam” - é verdade - mas pretendem continuar a
servir a Igreja?
E os nossos adolescentes e jovens, como são acompanhados? Os
párocos são sensíveis às suas exigências de
autonomia e de liberdade?
Conhecem os jovens? Vão ao seu encontro? Sabem interpretar as suas
angústias e medos?
Acerca do próximo Sínodo dos jovens, que vai ter lugar em Roma em
outubro, como estamos a nos preparar para este grande acontecimento? As nossas
paróquias foram sensibilizadas sobre as temáticas do sínodo? Qual é o grau de
participação dos nossos jovens na preparação do mesmo?
7. Grupos e
movimentos nas paróquias
È inegável a contribuição que grupos e movimentos de apostolado
(adolescentes, jovens, famílias cristãs, CV-AV, JUFRA, carismáticos, grupos de
oração, Legião de Maria, etc.) podem dar e de facto dão às nossas paróquias e
comunidades. Com o seu dinamismo e criatividade, eles dão impulso às nossas estruturas
pastorais, que muitas vezes mostram
sinais de velhice e falta de inspiração.
Mas estes grupos e movimentos devem ser acompanhados de perto para que não
desviem do caminho certo. Eles são uma bênção de Deus, quando estão bem
inseridos na pastoral de conjunto da paróquia.
Podem surgir, e de facto acontecem, conflitos e desentendimentos quando um
grupo ou movimento quer emergir sobre os outros, monopolizando a pastoral; ou
quando anda por sua conta, criando competição e divisão com os outros grupos.
Um outro problema é o fenómeno da “multipla pertença”, quando um adolescente ou
jovem é membro de dois ou mais grupos e/ou movimentos.
Como fazer para que haja harmonia e
colaboração na paróquia? E’ possível ser membro de dois ou mais grupos e movimentos
contemporaneamente?
8. Ecologia e
proteção do meio-ambiente
Ecologia significa: o cuidado da casa comum, que é o planeta terra.
E’ um tema urgente e importante,
sobretudo para os países ditos “avançados”, que têm um elevado grau de industrialização e,
consequentemente, de poluição.
A própria Igreja sentiu a
necessidade, nestes últimos anos, de elevar a sua voz em defesa do
meio-ambiente,
cada vez mais ameaçado de destruição pelos hábitos irresponsáveis da
humanidade.
O papa Francisco dedicou a esta problemática uma carta enciclica (Laudato
sii), manifestan-do a sua preocupação pelo “urgente desafio de proteger a
nossa casa comum” e lançando um “convite urgente a renovar o diálogo sobre a
maneira como estamos a construir o futuro do planeta”. (nn. 13 e 14).
Os temas da ecologia e da proteção do meio ambiente não entraram ainda na
agenda dos nossos políticos, que não os consideram uma prioridade. Mas até quando
estaremos de braços cruzados a olhar para a casa que queima, sem fazer nada
para apagar o fogo?
Sem comentários:
Enviar um comentário