O
bispo de Bafatá, na Guiné-Bissau, disse que num “dos 10 países mais pobres do
mundo” o estado de emergência decretado por causa da pandmeia Covid-19 está a
afetar a vida de muitas famílias, com o confinamento em casa.
“As pessoas não têm dinheiro para comprar
o peixe, a carne, bastante e deixar armazenados até porque não teria como
conservar. A maioria das pessoas nem tem luz elétrica, nem frigorífico, nem
nada”, conta D. Pedro Carlos Zilli.
Num vídeo divulgado pela Fundação
Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o bispo da Diocese guineense de Bafatá sublinha
que as “dificuldade são enormes” no país lusófono e, “às vezes, na mesma casa
moram muitas pessoas”.
O confinamento em casa, por causa da
pandemia do novo coronavírus, pode revelar-se dramático, grande parte da
população vive de uma economia informal, e o estado de emergência levou ao
encerramento de mercados, das fronteiras e provocou um aumento nos preços dos
bens de primeira necessidade.
D. Pedro Zilli é missionário na
Guiné-Bissau há mais de 35 anos e explica que o país lusófono a “saúde é muito
fraca”, em “tempos normais”, o Ministério da Saúde tem dificuldade mas destaca
o seu trabalho e dos “médicos, enfermeiros”, de “sensibilização, de prevenção,
de acompanhamento da situação” e o Governo, para além da Igreja.
“A Igreja Católica, através da
Caritas, das paróquias, tem feito um bom trabalho de sensibilização, de
prevenção, de ajudar as pessoas. A nossa rádio ‘Sol Mansi’ tem feito, graças a
Deus, um bom trabalho nesse sentido também”, assinalou o bispo natural do
Paraná, no Brasil.
A
Fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre, que também monitoriza a liberdade
religiosa no mundo, contabiliza que os cristãos representam cerca de 13% da
população na Guiné-Bissau, os muçulmanos com mais de 45% são a religião
principal, e 40% dos guineenses segue as religiões tradicionais.
“Temos rezado muito. Nós, os
católicos, os evangélicos, os muçulmanos, a religião tradicional, todos estão
em oração. Pedindo a Deus forças para trabalhar ainda mais, com coragem, na luta
desta pandemia, deste sofrimento. E pedindo a Deus para que acabe com isso
tudo, que Deus nos dê a graça de retornar à normalidade, ao nosso dia-a-dia”,
desenvolveu o bispo de Bafatá.
D. Pedro Zilli partilhou que também
tem “rezado bastante, talvez até mais do que noutros tempos”, divulga o
secretariado português da AIS.
“Na minha oração coloco sempre o
nosso mundo, a nossa África, a nossa Guiné-Bissau, o nosso Brasil, o nosso
Paraná. Coloco todos nós na minha oração”, assinalou o bispo brasileiro.
Os bispos das dioceses católicas da
Guiné-Bissau – D. Pedro Carlos Zilli e D. José Camnate na Bissign (bispo
de Bissau) – lançaram uma recolha de fundos, dentro e fora do país, para que as
Cáritas guineenses possam ir ao encontro dos mais necessitados na luta contra a
pandemia de Covid-19 no país lusófono
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