terça-feira, 28 de junho de 2016

A diocese de Bissau reúne o secretariado diocesano de pastoral

Nos dias 28 e 29 de junho a diocese convocou o secretariado diocesano de pastoral para uma reunião de avaliação do ano. Foram dois dias ricos de ideias, sugestões e testemunhos que mostraram a vitalidade e a riqueza da nossa diocese e das suas 27 paroquias, mas também as suas muitas fraquezas (sobretudo em recursos humanos e financeiros).
O primeiro dia foi consagrado à avaliação do ano pastoral por parte das comissões diocesanas, dos setores pastorais e de algumas paróquias. O segundo dia, por outro lado, serviu para ouvir os relatórios de algumas comissões "especiais": pastoral do dizimo, Jornada do Bispo. Um grande espaço foi dado ao bispo auxiliar, D. José Lampra Ca', para que informasse sobre os preparativos do Sínodo diocesano de 2017, sobre o qual há ainda muita desinformação. As intervenções do bispo e do fr. Renato, responsável pela subcomissão da comunicação social, ajudaram a esclarecer todas as dúvidas e incertezas. A publicação do muito esperado Instrumentum laboris está programada para o início do mês de outubro. Com este documento o sínodo entra na fase final da sua preparação.

A impressão geral é que a nossa diocese tenha muitas potencialidades, que infelizmente não são utilizadas por falta de coesão e de uma maior coordenação.


segunda-feira, 27 de junho de 2016

A lei das primícias



PASTORAL DO DIZIMO
TEMA DE FORMAÇÃO


A LEI DAS PRIMÍCIAS

1 - AS PRIMÍCIAS NO ANTIGO TESTAMENTO

Este é o princípio que Deus usa na Lei das Primícias. Ao pedir os primeiros frutos, Deus queria ser distinguido no coração de seus filhos. A entrega das primícias é uma forma de honrar o Senhor:
Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”. – Provérbios 3,9,10 
Não se trata apenas de honrá-lo com nossos bens e nem tampouco de honrá-lo com a nossa renda, mas com as PRIMÍCIAS da renda. A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é: “Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos, prelúdios”. A definição bíblica não é diferente. Por trás de toda uma doutrina fundamentada em ensinos explícitos e figuras implícitas, as Escrituras nos mostram a importância que Deus dá ao ato de entregar-lhe as primícias, ou os primeiros frutos, a primeira parte de algo.
Deus não instituiu as ofertas porque precise delas, mas para provar nosso coração numa das áreas onde demonstramos grande apego. Com a lei das primícias não é diferente. Deus não precisa dos primeiros frutos, nós é que precisamos d´Ele em primeiro lugar em nossas vidas, e este é um excelente exercício para manter nosso coração consciente disto. Lemos em Números 13,13 que se o primogênito (considerado primeiro fruto do ventre) da jumenta não fosse resgatado, seu pescoço deveria ser quebrado. A importância na Lei das Primícias não estava no que seria feito com elas, mas no princípio de não fosse utilizada em benefício próprio.
Entregar ao Senhor as primícias de nossa renda é dar-lhe honra. É distingui-lo. É demonstrar o lugar especial que Ele ocupa em nossas vidas. Deus quer ser o primeiro em nossas vidas. A rebelião de Satanás foi tentar usurpar esta posição divina. E hoje ele ainda tenta tomar o trono de Deus nos nossos corações. Mas devemos manter o Senhor em seu devido lugar.
A Bíblia está repleta de histórias de gente que manteve Deus em primeiro lugar em suas vidas a despeito do preço a ser pago. Abraão se dispôs a sacrificar seu próprio filho, mas não se atreveu a deixar de dar a Deus o primeiro lugar. José foi para a cadeia para não pecar contra Deus numa relação adúltera. Daniel foi lançado numa cova de leões pela decisão de manter Deus em primeiro lugar. Os apóstolos foram presos e açoitados porque importava antes obedecer a Deus do que aos homens. Estes são exemplos positivos que nos inspiram a seguir as mesmas pegadas dos que agiram de modo correto, mas também há os exemplos negativos de gente que não fez de Deus o primeiro em suas vidas, e tornaram-se um exemplo a não ser seguido.

2 - AS PRIMÍCIAS NO NOVO TESTAMENTO
Alguns cristãos têm dificuldade com qualquer menção de princípios ligados ao Antigo Testamento e, antes de aceitarem qualquer doutrina, já começam indagando qual é a base disto no Novo Testamento? Pois bem, no Novo Testamento não se guardava mais a lei de Moisés com o peso das ordenanças que ela tinha no Antigo Testamento. O Concílio de Jerusalém deixou claro que não havia encargo algum a se impor aos gentios além daquelas quatro áreas mencionadas: guardar-se da carne sufocada, do sangue, do sacrifício aos ídolos e da prostituição. Isto não quer dizer que depois do Concílio a igreja gentílica não precisasse de mais nenhuma instrução ou doutrina, senão o Novo Testamento não teria sido escrito. Aquilo limitava, naquele momento, a herança judaica a ser passada aos gentios.
Contudo, posteriormente, ao ensinarem os princípios para a igreja nascente, os apóstolos ainda apresentavam figuras poderosas para fortalecer doutrinas da Nova Aliança pré-figuradas naquilo que se fazia anteriormente nos dias do Antigo Testamento. Não significava que estavam tentando retroceder ao passado, e sim que queriam esclarecer as figuras que Deus havia projetado por intermédio daqueles princípios praticados.

Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem”. – (Hebreus 10,1).

A sombra é diferente da imagem real que a projeta. Assim também, o que se via nas determinações da Antiga Aliança eram características similares às dos princípios que Deus revelaria nos dias da Nova Aliança (práticas espirituais). O cordeiro sacrificado na lei mosaica foi apontado como uma pre-figura (ou imagem) de Jesus que veio morrer em nosso lugar (Jo.1:29). A oferta de incenso do Tabernáculo passou a ser reconhecida como uma figura da oração dos santos (Ap.5:8). A ceia da Páscoa deixou de ser praticada, substituida pela celebração do dia do Senhor e esta celebração passou a ser uma aplicação dos princípios que ela figurava (I Co.5:7,8).

Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento, como realmente são. Pois Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi sacrificado. Por isso, celebremos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da perversidade, mas com os pães sem fermento da sinceridade e da verdade.” (1 Coríntios 5,7-8)

Joaquim Accioly - Meac

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Última saudação às irmãs Esperia e Romana

Uma multidão enorme de pessoas (membros da Igreja católica e das outras religiões, amigos, conhecidos, autoridades civis e religiosas) reuniu-se ontem, 23 de junho, em Bula em volta dos corpos mortais das irmãs Esperia e Romana para a última saudação antes do enterro. Pela ocasião, a própria Madre Geral das Adoradoras do Sangue de Cristo fez a deslocação de Roma, assim como a Provincial da província italiana (da qual depende a Fundação missionária da Guiné-Bissau). A missa, presidida pelo bispo D. José Camnate ladeado pelos outros dois bispos, contou com a presença de cerca de cinquenta padres concelebrantes; marcaram presença também inúmeras irmãs e alguns religiosos.
A cerimonia atingiu o seu ponto mais tocante no momento dos testemunhos: varias pessoas quiseram exprimir o seu agradecimento às duas irmãs falecidas por tudo quanto receberam. Viva emoção suscitou a historia dum jovem que ficando órfão por causa da guerra civil de 1998-99, foi socorrido pela ir. Romana que lhe arranjou uma família e sustentou os seus estudos.
A Madre Geral das Adoradoras, que acabava de chegar de Roma, uniu-se aos elogios gerais com estas palavras: "Romana e Esperia foram duas adoradoras apaixonadas de Cristo, com um único desejo: levar a todos o seu amor crucificado".
Os seus restos mortais descansam agora no cemitério municipal de Bula.
Obrigado, irmãs!


segunda-feira, 20 de junho de 2016

A diocese de Bissau tem um novo movimento de apostolado



A diocese de Bissau tem, desde 19 de junho, um novo movimento de apostolado, denominado JUSEHU/FOCOLARES. O título JUSEHU significa Jesus nos Une para Servir a Humanidade, enquanto o nome FOCOLARES alude ao movimento dos Focolares, fundado por Chiara Lubich na Itália em 1943. O novo movimento é de inspiração católica, mas com uma vocação universal reúnindo católicos, evangélicos e fiéis de outras religiões. De fato, entre os 88 jovens e adolescentes que fizeram a promessa havia também uma rapariga muçulmana.
A promessa aconteceu durante a celebração dominical na comunidade de S. Clara (paroquia de Brá) na presença de D. José Câmnate na Bissign. E' a primeira vez que este movimento sai ao descoberto, mas a sua fundação remonta a 2011, aquando de um campo de formação organizado em Cacheu pelo Luís N'Bunde, um leigo casado da paróquia de Brá.

O p. Florentino Imbali Encanha é ordenado padre



No mesmo dia e hora do trágico acidente de viação onde morreram as duas irmãs adoradoras, em Safim acontecia a ordenação sacerdotal do p. Florentino Imbali Encanha.
Natural da paróquia de Bandim (Bissau), o p. Florentino ingressou desde jovem no instituto dos Padres Missionários do Preciosíssimo Sangue onde fez a sua incardinação definitiva em 2012. Tendo completado os seus estudos teológicos no seminário maior interdiocesano de Bissau, ele partiu para Espanha onde está a fazer neste momento uma especialização em espiritualidade.

O p. Florentino faz parte dum grupo de nove jovens (seminaristas diocesanos e religiosos de vários institutos) que estudaram juntos no seminário maior. Todos eles estavam presentes no dia da ordenação.
O p. Florentino é o 60° padre guineense a ser ordenado desde a ereção da diocese de Bissau em 1977.