Tema de reflexão a caminho do Sínodo de 2017
Nota prévia
- Apesar de o "fanado" na sua forma atual ser,
em muitos casos, uma instituição relativamente recente (meados século XIX na
área djola de Senegal e sucessivamente
de Guiné Bissau com inícios nalguns casos em meados séc. XX), é considerado
comummente uma etapa fundamental no amadurecimento da criança (varão) que se
torna homem.
- A multiplicidade de etnias que compõem o mosaico de
povos que é a Guiné Bissau parece comportar também uma multiplicidade de conceções
e de formas de realizar tal "fanado", pelo que nem sempre estaríamos
a falar do mesmo fenómeno ou pelo menos dum fenómeno sempre unívoco.
- Haveria casos em que o "fanado" tem vida um
bocado autónoma no conjunto da cultura e religião que governa a vida de grupos
humanos; no caso dos Felupes estamos diante duma conceção "holística"
da realidade: o que faz com que assumir o "fanado" quer dizer por sua
vez assumir "in toto" a conceção da vida nas suas manifestações culturais,
socias e cultuais.
Foi assim que os cristãos que levaram seus filhos ao
fanado de Suzana em 1998 se viram obrigados a suprir todas as cerimónias respetivas
que eles não tinham realizado em passado por serem cristãos. Não se tratou duma
"multa" por terem transgredido umas ordens, mas duma "reintegração"
naquele molde de vida e de culto.
Passado o fanado, quando pretenderam reconquistar uma
independência e uma liberdade em relação a tais ritos e obrigações, se viram
rejeitados pelos anciãos, indignados por terem sido traídos na sua confiança.
- Seria preciso pesquisar acerca das atitudes de outras
etnias a este respeito. Como também a respeito dos itens seguintes:
- Será
que o "fanado" è a única forma de preparação para a vida? E então as moças?
- Dá-se
o caso que entre os Felupes uma forma de preparação à vida mais antiga, mais completa e mais bem conservada é o
"Itinerário de preparação ao matrimónio"
distribuído
em seis etapas da duração de um ano cada, ao longo das quais o sujeito é
sucessivamente
introduzido a assumir suas responsabilidades de adulto (ajamor au,
alguém com
quem se pode discutir).
*************
A I N I C I A Ç Ã O ( F A N A D O ? )
ou melhor:
"Conjunto de ações que constituem a
iniciação tradicional")
A. INICIAÇÃO A QUE?
Melhor seria dizer "Preparação" ou
"Iniciação", que indicaria:
- um processo que introduz e prepara para algo
- um processo que introduz e prepara para algo
- processo que pode compreender algo mais, além do que
costumamos chamar de "fanado",
o qual
representaria assim só um aspeto ou um momento de tal processo.
Todo e qualquer processo de preparação a um trabalho, a
uma atividade configura-se a partir daquilo a que tal processo pretende
preparar, é daí que assume sua fisionomia:
Ex. Preparar um futebolista não é como preparar
um tocador de flauta
Preparar um político não é como
preparar um carpinteiro.
Assim, sendo o "fanado" uma Iniciação, uma
preparação para a vida se deve observar o seguinte:
Que tipo de vida é aquela a que se pretende
preparar, iniciar, uma nova geração?
Seguindo o sentido das palavras usadas, parece poder- se
dizer que "Iniciação tradicional" (que corresponderia mais ou menos a
"fanado") prepararia para a vida "tradicional", a saber
assim como
foi recebida pela "tradição" Balanta, Felupe, Japonesa, Chinesa etc.,
sempre no plano simplesmente humano,
condensando uma experiência de vida humana, preciosa,
digna de respeito, mas sempre dentro dos limites do humano
(condensado que chamaríamos de "Cultura").
Limites ainda mais evidentes se considerarmos a evolução
técnico-cultural das populações.
Em qual medida evoluiu a "Iniciação
tradicional" que herdámos de gerações que viveram em tempos anteriores a
certos factos históricos e à aquisição de conhecimentos sucessivos?
Exemplos:
- A vida, na conceção felupe, é por assim dizer
"bloqueada" dentro duma categoria "espáço-temporal" definida.
Nasces, vives, morres, vais para a região dos mortos, voltas a nascer e outra
vez vives, morres etc. etc., indefinidamente, como dentro dum espaço vedado.
Vais e vens, giras em volta de um ponto, sem meta, sem "futuro", sem
um "fim".
Uma vida "imanente" que não desemboca na
"eternidade" ou num "sem fim".
Uma conceção como que "circular" da vida que a
língua felupe expressa duma forma sugestiva e diz "TEITOR": TEI= correr
TO= no mesmo lugar (O) R= repetidamente.
- Uma vida limitada geograficamente, socialmente,
antropologicamente, onde a identificação è normalmente feita em "contraposição"
ao outro
- Uma vida então em que uma das componentes essenciais è
a defesa, a guerra, à qual se preparam os machos, com exclusão das fémeas......
- Uma vida ainda que se configura nos moldes da vida dos antepassados,
anterior a certas descobertas da medicina (leprosos), da técnica etc.,
descoberta e invenções que nem sempre conseguiram serem assumidas e assimiladas
pelas próprias culturas (ainda há quem não "metabolize" o
aparecimento de gémeos como um fenómeno natural......).
AGORA a vida mudou:
- no plano geográfico: o mundo se tornou uma aldeia e a
aldeia explodiu com membros espalhados em muitos países
- no plano das comunicações: há muito menos segredos do
que antigamente, os conhecimentos viajam com a velocidade da luz
- no plano científico: muitos fenómenos atribuídos a forças
superiores ase revelaram fenómenos puramente naturais
- no plano intelectual e social: a introdução da escola
obrigatória marcou uma oportunidade histórica para o acesso aos conhecimentos,
a partir dos mais simples até os mais elaborados: um grande progresso nos
conhecimentos em extensão e em profundidade....
- no plano político: à unidade política da tabanca
sucedeu a região, o Estado, ultrapassando os blocos "mono-culturais" etc....
- No plano da liderança da sociedade e da sua condução,
aos grupos de anciãos "sacerdotes" sucederam os líderes escolhidos
segundo outros critérios numa lógica de democracia e de dialética partidária.
Com o mudar da vida, nem que seja em aspetos mais ou
menos relevantes, deveria ter mudado também a iniciação à própria vida,
inclusive o tal chamado "fanado", para adequar a preparação-iniciação
do sujeito a uma vida que já não se apresenta da mesma forma como dantes.
Deveríamos partir daqui para averiguar da capacidade que
estas culturas têm de acompanhar o desenvolvimento da forma da vida, nem que
seja por pequenos passos e pequenas mudanças nas práticas de iniciação dos
sujeitos, no sentido de os tornar aptos a enfrentar com sucesso os aspetos
novos que a vida assumiu.
O problema assume uma conotação radicalmente nova quando
o processo de iniciação se confronta não com uma mudança pequena ou grande, mas
sempre no nível humano, natural, mas sim com algo de COMPLETAMENTE NOVO que
VEIO DO ALTO, de uma ORDEM SUPERIOR.
Aqui o que nos deve socorrer é a mensagem da Palavra de
Deus através dos textos que no-la transmitem, textos que, apesar de se mexerem
em categorias espaço temporais, dão conta de algo de inesperado, de, digamos
assim, descontínuo onde, em vez de adaptações, deveria haver "rutura"
ou "evolução" ou melhor ainda "conversão", ou se quisermos
"morte e ressurreição". Categórico o texto de Jo.3, 1-13 (ver mais
abaixo)
Para as categorias espaço-temporais, seria suficiente o
texto de Gálatas 3,23- 4,7.
"Antes
que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para
aquela fé que se havia de manifestar.
De maneira que a lei nos serviu de aio,
para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.
Mas, depois que veio a fé, já não estamos
debaixo de aio.
Porque todos sois filhos de Deus pela fé em
Cristo Jesus.
Porque todos quantos fostes batizados em
Cristo já vos revestistes de Cristo.
Nisto não
há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea;
porque todos vós sois um em Cristo Jesus.
E, se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e
herdeiros conforme a promessa.
Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro
é menino em nada difere do servo, ainda que seja senhor de tudo;
Mas está debaixo de tutores e curadores até
ao tempo determinado pelo pai.
Assim também nós, quando éramos meninos,
estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de
mulher, nascido sob a lei,
Para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos.
E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
Assim que já não és mais servo, mas filho;
e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo.
Gálatas 4:1-7 Digo, pois, que todo o tempo que o herdeiro é menino em nada difere do
servo, ainda que seja senhor de tudo;
Mas está debaixo de tutores e curadores até
ao tempo determinado pelo pai.
Assim também nós, quando éramos meninos,
estávamos reduzidos à servidão debaixo dos primeiros rudimentos do mundo.
Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
Para remir os que estavam debaixo da lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos.
E, porque sois filhos, Deus enviou aos
vossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai.
Assim que já não és mais servo, mas filho;
e, se és filho, és também herdeiro de Deus por Cristo".
Decisivo a este respeito è Heb1,1-2.
"Havendo Deus antigamente falado
muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos
nestes últimos dias pelo Filho,
A quem constituiu herdeiro de tudo, por
quem fez também o mundo."
Jo3, 1-13 marca um
caminho de reflexão riquíssimo em pistas a percorrer: "Havia
entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus. Este foi
ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabe que és Mestre, vindo de
Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com
ele. Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele
que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como
pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre
de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te
digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino
de Deus. O que é nascido da carne é
carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te
ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz,
mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido
do Espírito. Nicodemos respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
Jesus respondeu, e disse-lhe: Tu és mestre
de Israel, e não sabes isto? Na verdade, na verdade te digo que nós dizemos o
que sabemos, e testificamos o que vimos; e não aceitais o nosso testemunho. Se
vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das
celestiais?
Ora, ninguém subiu ao céu, senão o que
desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu."
Num plano pessoal veja-se Gal 1,11-24; Flp. 3, 3-10a.
Se è verdade
que Jesus nos oferece uma vida NOVA, em plenitude, resgatada, DO ALTO,
VIDA DE DEUS
PARTICIPADA, os critérios para estruturar uma INICIAÇÃO à mesma devem ter as
mesmas características.
Será que um simples TRANSFORMAÇÃO da iniciação
tradicional seria suficiente para isso?
Aos que esperavam uma REFORMA das instituições judaicas
no estilo dos profetas, Jesus propôs uma SUBSTITUIÇÃO cem por cento (Jo 2,
17-23). O Bom pastor conduz suas ovelhas para fora do recinto (que è o Templo),
e a porta è ELE e mais ninguém. (Veja-se também todo o Evangelho de Marcos
acerca da incapacidade dos Doze de se desprenderem da tradição Judaica.)
Onde abundou o pecado, superabundou a graça diz Paulo; e
Jesus: Eu vim para que tenham VIDA e a tenham de forma "exagerada"
("perussón").
É uma vida que permeia todo o ser humano, não è vida
acrescentada, como um primeiro andar acrescentado a uma construção precedente:
mas sim è uma vida numa nova dimensão, a de Deus e da eternidade, o que era
desconhecido, era "mistério" que nos foi revelado (Ef.3)
Infinitos são os passos paralelos que nos podem socorrer,
inclusive a pretensão de Jesus para que o discípulo o siga sem se virar para
trás. O sentido disso tudo parece-me o seguinte: o homem foi
"justificado", quer dizer "colocado no lugar certo, onde è
"justo" que ele esteja, porque assim è que Deus o pensou e criou,
antes de o pecado o colocar "fora do lugar", como que
"desajustado" em relação ao que era o seu destino primigênio; como
não o assumiu então, assim também não o assumiria agora sem uma componente
essencial que o torne capaz de se dar conta do que Deus quer realizar nele;
componente que se chama Espírito Santo.
Cf. 1Cor. 2,9-16): "Como
está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram
ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus
no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas,
ainda as profundezas de Deus.
Porque, qual dos homens sabe as coisas do
homem, senão o espírito do homem, que nele está? Assim também ninguém sabe as
coisas de Deus, senão o Espírito de Deus.”
Mas nós não recebemos o espírito do mundo,
mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é
dado gratuitamente por Deus. As quais também falamos, não com palavras que a
sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as
coisas espirituais com as espirituais. Ora, o homem natural não compreende as
coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem espiritualmen-te. Mas o que é espiritual discerne bem
tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor,
para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.
Ef 3,4-5.
"Irmãos, quando ledes, podeis perceber
a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual noutros séculos não foi
manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito
aos seus santos apóstolos e profetas" (=
cristãos a que foram dados os carismas respetivos).
Será bom observar que os valores desta vida
"subvertem" a escala dos valores propugnada pelos homens (Mt 5,1-12),
etc.
Qual será a preparação, a INICIAÇÃO a esta Vida? Simplesmente
a mesma de sempre? Um ajustamento a praticar para a adequar em certa medida? Ou
se deverá conservar a antiga e acrescentar a nova, para o cristão ter duas
iniciações que até correm o perigo de serem em certos casos
"antitéticas"? E como resolver certas modalidades (não há mais nem
homem nem mulher, nem escravo nem livre, nem Judeu nem Grego, " etc.)
B) ATITUDE E PONTO DE PARTIDA DA PESQUISA (a
desenvolver)
A partir de onde começará a nossa pesquisa assim como a
nossa reflexão?
A partir do que a tradição nos legou e temos medo de deixar
ou
a partir do que Deus, nesta plenitude do tempo, nos oferece
e diante do qual o que tinha valor pode ser julgado como "perda"? (cf.
Fil 3,7).
O que tenho não
corre o perigo de me esconder o que Cristo me oferece? (cf. Lc 9, 57-62).
A partir da Aliança provisória e caduca ou a partir da
Aliança definitiva oferecida por Cristo no Espírito Santo e no fogo?
Ainda: temos que começar a pesquisa falando já na
iniciação ("fanado") ou não será melhor começarmos falando da
novidade de vida que Jesus nos trouxe?
Começar pela iniciação,
- objetivamente
não seria muito lógico. Mais lógico seria falar nas características
desta
vida nova e então de como nos devemos preparar para a assumir. (ver mais adiante
a "iniciação cristã"!)
- subjetivamente
provocaria uma natural e espontânea atitude de defesa do que já se tem (melior
est conditio possidentis) com prejuízo para a objetividade.
Se Jesus me chama, sentarei primeiro a fazer minhas
contas para saber o que deixar e o que conservar daquilo que até nem tem
sentido sem Ele (cf. 1Pt. 1,18), porque é d'Ele que adquire toda a
significação? (cf. o Antigo Testamento explicado por Ele aos dois de Emaús e
aos outros: poderíamos dizer que fez o que costumamos chamar de "Teologia
da história"...).
Qual è a atitude a assumir diante da proposta desta vida?
Qual o convite que Jesus nos propõe?
"Vem e segue-me", deixa tudo e vem atrás de mim,
sem contratações nem tergiversações: receberás cem vezes nesta vida, mais o
resto.
- nem
despedidas Lc 9, 61
- nem
choro Lc 9,59
- nem
tenhas medo de deixar o que tens (Lc 9,58)
Vejam-se outros textos de chamada, como também Lc 19,1-9
Zaqueu: diante de Jesus tudo passa em segundo lugar: o que representava o valor
supremo da sua vida, a riqueza, já não tem mais valor: descobriu outro tesouro
bem maior! (Mt 13,44)
Fúlgido a este respeito o caso de Saulo de Tarso.
C. ASPECTO ECLESIAL
O problema está em descobrir se na verdade TEMOS UMA
INICIAÇÃO PARA A VIDA NOVA, se ela responde às características duma verdadeira
iniciação como também às da vida nova que nos è oferecida e a ela prepara.
Na verdade temo-la: foi renovada e experimentada conforme
as indicações do Concílio Vaticano II e a seguir proposta à Igreja toda e
promulgada como lei desde 6 de Janeiro de 1972.
Depois de uma
introdução geral, è bem repartida e especificada nos dois itens:
- iniciação dos adultos
- Iniciação das crianças
Iniciação esta que entendemos referida aos filhos dos
cristãos e a pessoas que foram batizadas em crianças.
Ao longo do percurso que estas iniciações oferecem as
etapas são representadas por encontros com Cristo iluminados e explicados através
da Palavra de Deus e do testemunho de toda a comunidade, encontros que, no caso
das crianças já batizada se configuram como sacramentos sucessivos, que acompanham
o desabrochar da própria criança ao longo dos anos, a saber a primeira Confissão,
a primeira Eucaristia e a Confirmação.
NB. A sucessão na receção destes sacramentos normalmente
privilegia o próprio desenvolvimento da criança e das suas faculdades de
compreensão e de assimilação, mais de que a ordem teológica ou lógica dos
próprios sacramentos.
Desta forma, ao longo da caminhada encontras-te
- com Jesus que te perdoa e te remete no caminho certo (Confissão)
- com Jesus que te associa à sua entrega na Eucaristia (comunhão no sacrifício)
e te chama a uma comunhão de vida com Ele (comunhão no sacramento)
- com Jesus que te
confirma com seu Espírito Santo, no
sacramento da CONFIRMAÇÃO que faz de ti um testemunha e um apóstolo, um
construtor da Igreja e da comunidade humana.
Costuma-se dizer que o sacramento da Confirmação é o cume,
o ápice da iniciação cristã. O que não quer dizer que depois dele "descansas"
e tudo acabou; pelo contrário, "acabaste de começar", tornaste-te
apto a exercer uma profissão, a cumprir uma missão:
-
transmitir a vida e constituir a comunidade: através do sacramento do
Matrimónio
-
oferecer a vida nova às gerações sucessivas através do sacramento da Ordem sagrada
-
testemunhar a novidade de vida através da consagração religiosa, que lembra e
perspetiva a vida do Reino.
Outros elementos a desenvolver:
Sendo uma vida para TODOS, a iniciação é para todos, sem
discriminação de machos e fémeas (cf. Gálatas 3,28)
Sendo VIDA humano-divina, há intervenção direta de Deus
através dos sacramentos administrados na Comunidade.
Suzana 02.05.2015
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